Em pouco menos de uma hora eles já estavam divididos. Um grupo de 150 pessoas foram atrás da bomba. Eles iriam mapear todo o terreno e colher tudo aquilo que pudesse ser útil. Os 150 restantes se dividiriam na busca de comida, roupa e abrigo. O primeiro grupo foi intitulado Inteligência e o segundo Estado, era na Inteligência que se encontravam Linda e Meyer, os dois e outros 8 alunos se encaminhavam para a biblioteca.
Atravessaram o caminho cimentado, passando pela cantina agora deserta. O sol estava avassalador e o terror parecia assolá-los violentmente. Meyer olhava para trás a todo instante como se esperasse que Sneer aparecesse para salvá-lo de tudo aquilo. Do lado do garoto uma garota branquela chorava incessantemente. A única que parecia inabalável era Linda. Por trás das tatuagens e alargadores estava determinada a acabar logo com aquilo tudo. Fizeram o trajeto todo tendo como trilha sonora os soluços da garota chorosa e um canto feliz de um pássaro que sofria frequentes e raivosos olhares da gêmea. Como alguma coisa por mais ínfima que fosse poderia estar feliz em meio a tudo isso? O negativismo deveria afetar a tudo e a todos, urubus deveriam cercar a propriedade e não alegres e coloridos pássaros.
Poucos minutos depois chegaram às pesadas portas do prédio princiapl. A biblioteca se encontrava lá dentro, mais ao sul. Porém ao colocar a mão na maçaneta e girá-la, Meyer constatou o óbvio:
-Está trancada.- Ninguém respondeu, todos contemplavam desanimados o alvíssimo prédio.
-Poderíamos tentar empurrar todos juntos. - Sugeriu um garoto musculoso que tinha um sorriso abalado.
A proposta foi aceita sem nenhuma palavra e instantaneamente quase todos começaram a empurrar a porta. Não conseguiram move-la, no entanto pode-se ouvir uma risada de deboche do outro lado. A garota chorona estava agora petrificada.
Meyer olhou ao seu redor e intrigado disse:
-Não eramos 10? - Após uma rápida contagem, percebeu-se que só haviam 9 deles ali.
-Aquela garota estranha, onde se meteu?
Ouviu-se um rangido de portas se arrastando e Linda surgiu com um largo sorriso. Para o espanto de todos ela estava dentro do prédio:
-Mas como? - Perguntou o garoto musculoso e em resposta recebeu um aceno com a cabeça. Todos se viraram para onde a garota apontava e viram uma janela estilhaçada pela qual obviamente ela entrara:
-Eles deixaram a chave na porta. Creio que trancaram por pura piada. - e balançou um objeto brilhante produzindo um som irritante.- Vamos, a biblioteca é logo ali.
Em poucos passos eles atravessaram o saguão de entrada e adentraram a gigantesca biblioteca. As paredes eram tão brancas quanto as externas, grandes janelas davam uma iluminação edênica ao lugar. As prateleiras eram todas de mogno e recheadas por centenas de milhares ou talvez milhôes de livros. Levariam anos para vasculhar tudo aquilo:
-OK, vamos nos dividir. - Foi a voz de Linda que quebrou o silêncio. - Pelo que contei são vinte fileiras, nos separaremos em duplas. Você otário. – e apontou para o garoto musculoso, que não parecisa ter se sentido ofendido pois apresentava um sorriso triunfante. - Vamos por aqui. - E se encaminhram para as duas primeira fileiras. Os outros fizeram o mesmo nas restantes. Os últimos a se afastarem foram Meyer e a garota chorona.
-Bem, se não me engano os livros estão divididos em assuntos e em ordem alfabética. Devemos estar na parte de biologia. Vá tirando os livros e me passando, você faz o trabalho braçal e eu o intelectual. - Vendo que o garoto ainda estava abobalhado completou: - Vamos!
-M..mas nós, eu p..pensei que.. - porém ele não precisou terminar, a garota já tinha entendendo o recado e exibia uma cara de profundo nojo:
-Não! Eca, cale essa boca e trabalhe se quiser sair daqui com vida.
E sem protestar o garoto retirou “Anatomia animal” da prateleira e passou desanimadamente para Linda, que pegou o livro, deu uma rápida folheada, uma chacoalhada e vendo que não continha nada além de vacas e cachorros cortados ao meio jogou-o com violência no chão. O mesmo aconteceu com centenas de livros seguintes.
O sol que entrava pela janela começava a cozinhá-los la dentro. A poeira antes acomodada junto aos livros na prateleira, agora causava espirros por toda a biblioteca. As folheadas e chacoalhões já não eram mais tão vigorosas devido ao sono que começava a tomar conta de todos ali. Foi um grito esganiçado de terror que rompeu o tédio e despertou a todos. Linda só pode ver um Meyer ensanguentado correr desesperado em direção a porta:
-Trasgo! Nas masmorras. - E dizendo isso desmaiou.
Música: Hisghway to hell - AC/DC
Marcadores: Linda, Meyer Leyer, St. Jimmy
5 Comentários:
"-Trasgo! Nas masmorras. - E dizendo isso desmaiou."
rialto'
Por Anônimo, Às 22 de abril de 2009 às 16:45
Bombando!!! Quero mais...
Por Bel, Às 23 de abril de 2009 às 04:32
Iluminação edênica? Trasgo nas masmorras??? Ai, meu Deus, tá difícil!!! hehehe
Manda mais!!!
bj
Por Caru, Às 23 de abril de 2009 às 10:56
Trasgo nas masmorras, hahaha, arrazou!
Por Anônimo, Às 23 de abril de 2009 às 16:33
HAHAHAHHA trasgo nas masmorras, ta muito boa
Por Unknown, Às 25 de abril de 2009 às 20:13
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