Sofia e Sneer foram os primeiros a descer as escadas do terceiro andar e abandonar o prédio principal, rumando em direção ao bosque.O turbilhão de cores dele refletiam excelentemente a confusão que se passava em sua cabeça; já ela era exatamente o oposto: aparentava estar tranquila e serena, exatamente como o irmão. Ao avistar “la bela luna”, uma renovada auto estima fez o garoto falar: -Então... você é irmã do Johnny, uau! Sofia não respondeu, talvez porque aquilo não fosse uma pergunta, talvez porque apesar das palavras arranharem sua boca, clamando por poder experimentar o delicioso ar noturno que abatia o St. Jimmy, ela não sabia o que dizer. O que poderia dizer. -Sabe, ele foi meu primeiro amigo – recordou-se Sneer – Fizemos grandes coisas juntas no ano passado. Grandes sim, mas terríveis. Costumávamos dizer que ele era a sabedoria e eu o conhecimento e que juntos eramos imbativeis. De qualquer jeito, ele transformou a minha vida. Somente os sons abafados dos passos na grama vieram em resposta, mas o Curinga nunca se importara em matraquear: -Talvez tenha sido isso que me impressionou em você, a grandiosidade. Vocês parecem sempre ter o controle absoluto sobre tudo que se passa, sempre estão um passo a frente de quem já esta á um passo a frente. Tudo isso é simplesmente... Mas as palavras foram interrompidas pela visão de um vulto vindo do meio do mato. Somente quando ele se aproximou é que Sofia o reconheceu-o, tranquilizando Sneer: -David! Sofia, Sneer – fez um gesto com a cabeça indicando os dois – fiquem naquele banco – e apontou para um canto fracamente iluminado próximo ao clarão no qual Johnny costumava se hospedar – Fionna está no meio das árvores e pode tanto vê-los quanto ouvi-los com clareza. Agora vão, não temos tempo a perder. - Ordenou o belo garoto. Sem discutir os dois foram até o local indicado e sentaram-se. Sofia puxou as mãos de Sneer para as suas e falou num tom baixo mas firme: -Por favor, não me entenda mal. Você é incrível: bonito, inteligente, gentil. Em condições normais é tudo que eu posso querer, mas...- as palavras vieram apenas em pensamentos. Grudou fixamente seus olhos azuis nos amendoados dele e paradoxalmente de lá tomou coragem para terminar a frase – mas “nós” só fazia parte do plano. Contudo o cérebro de Sneer ainda estava no início da frase: -E as condições não são normais? - as palavras saíram sem a autorização dele. -Preciso mesmo responder? -Desculpe, é verdade.- sorriu sem graça. - O problema é Johnny não é? Ele tem essa capacidade de nos manipular para buscar as vontades dele e não as nossas. Sofia estava confusa, tentou disfarçar o fato de Sneer ter dito exatamente o que estava em seu pensamento: -Não! Não isso não é certo!. - Porém os olhos dela começaram a lacrimejar, sua voz a tremer. Estava perdida. -Certo para quem? Errado para quem? Essa definição idiota não deveria existir. Só usamos essa merda para facilitar uma argumentação que não queremos enfrentar, seja por preguiça, ou por saber que seu ponto de vista não faz sentido. É mais facil se omitir, concordando com uma generalização idiota. É mais fácil... Pela segunda vez na noite suas palavras foram caladas sem serem terminadas. Mas dessa vez, o motivo era algo com o qual ele somente sonhara em seus mais absurdos devaneios. Sofia inclinou-se para frente e beijou-o como nunca havia feito. Com uma vontade e uma paixão só vista por ele uma vez nos lábios de outra garota. Quando as bocas se desvencilharam, tudo que restou a ele para dizer foi: -Uau – seus olhos se arregalaram e covinhas apareceram em seu sorriso. E covinhas significavam que o sentimento era verdadeiramente forte. Ainda absorvia tudo aquilo estupefato quando não muito ao longe uma voz conhecida despertou-o: -Filha-da-puta! - Os cabelos raivosos e a voz flamejante de Linda cortaram gentil e estridentemente o ar.
Música: Admit Defeat - Franky Lee
1 Comentários:
Meeeeu, quantas revelações em um só capitulo =O 3 palavras: Ta Muito Foda
1 Comentários:
Meeeeu, quantas revelações em um só capitulo =O
3 palavras: Ta Muito Foda
Por Anônimo, Às 18 de setembro de 2009 às 10:09
Postar um comentário