"Vamos porra, se mexam caralho, partam para a briga seus merdas!" Pensava Johnny enquanto era amarrado pelo capanga que o derrubara e o imobilizara. No entanto, tão logo olhou para o lado, tão logo tornou-se claro a falta de ações. Fionna agarrara Lyla pelo cabelo e colocara ameaçadoramente uma faca na garganta da loira. Johnny sabia que corria esse risco desde o início, jogara com as probabilidades. Sentiu-se um tolo. Teve raiva de si mesmo. Ele fodera com tudo e Linda estava certa, ele não passava de um filha-da-puta egoísta: -Então Lindinha- começou Fionna - perdeu o namorado e agora vai perder a irmã. Que noite mais triste não é mesmo? - riu - Mas antes, quero que conheça o culpado por isso tudo. - A garota apontou na direção de Johnny. Pela primeira vez todos os olhos estavam nele, no plano original, isso só deveria acontecer quando ele salvasse Lyla. Fionna continuou: -Se ele tivesse me dado o que eu pedi, nada disso teria sido necessário. Nem ele nem a loirinha teriam que morrer. Por falar nisso, serei democratica. Quem aqui acha que ele deve morrer primeiro? - e a própria garota levantou a mão, admiriando seu público indignado. Era a hora dela brilhar naquela peça. O garoto que segurava Johnny empurrou-o para a frente. Como este tinha os membros amarrados, desequilibrou-se e caiu de cara nas folhas secas, misturando terra ao sangue que escorria do nariz. Foi erguido pelos braços musculosos de Fionna. Olhou com nojo em seus olhos opacos e por fim cuspiu em sua cara. A garota pareceu gostar daquilo e lambeu a baba que escorria desde sua testa. Johnny não sentiu medo quando Fionna começou a brincar com a lâmina gelada em seu pescoço. Percorreu com o olhar Linda, Sneer e Sofia. Por último seus olhos cruzaram os de Lyla pelo que pareceram anos. Lembrou-se de como se conheceram naquele elevador de hotel, de quando a loira lhe devolvera o trevo no alto daquela rocha. Lembou de como o vento bagunçava gazeteiramente suas mechas douradas, sem no entanto que ela se importasse com aquilo.O brilho dos olhos dela era exatamente o mesmo pelo qual se apaixonara. Pode sentir o cheiro do mar naquele que julgava ser o último ar a entrar em seus pulmões. -Não! - Ouviu ainda a voz de Sofia gritar em vão. E o segundo ato termina, sem a certeza de que um terceiro virá.
Música: Hallelujah - Jeff Buckley
1 Comentários:
Aaaaaaaaaah não, tem que ter acontecido alguma outra coisa, o Johnny não pode morrer de jeito nenhum, ainda mais agora, que grande merda.
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Aaaaaaaaaah não, tem que ter acontecido alguma outra coisa, o Johnny não pode morrer de jeito nenhum, ainda mais agora, que grande merda.
Por Anônimo, Às 30 de setembro de 2009 às 12:19
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