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12 - Linda, Sneer, Lyla e Johnny
quarta-feira, 29 de abril de 2009


O sol começava a se por quando todos voltaram para o campo. A morte da garota era muito mais que apenas uma simples e triste perda de vida jovem, era a confirmação de que aquilo tudo era real, sem pegadinhas ou brincadeiras: uma bomba explodiria os “300 futuros mais promissores do país”. Para piorar ainda havia um assassino a solta ou numa visão mais pessimista, no meio deles. A palavra esperança foi a primeira a ser riscada do dicionário do St. Jimmy.
Linda e os outros que estavam na biblioteca agora eram alvo de constante curiosidade e preconceito. A garota teve que repetir milhares de vezes que o único que poderia ter visto algo era o ainda desmaiado Meyer, na milhonésima primeira ela estourou e mandou todos para o inferno, mas foi prontamente avisada de que já estavam lá.
Sneer era de longe o que se mostrava mais forte, no entanto por dentro era pura tormenta. Toda a tragédia parecia extremamente boa quando comparada com o que ele sentia por Lyla, depois do episódio da sala ele evitava até mesmo olhar a garota que estava sentada sozinha, isolada, tremendo de frio num canto distante da arquibancada.
O sentimento se resfriava na garota e as gélidas brasas faziam seus belos olhos lacrimejarem.Ela só levantou a cabeça quando ouviu passos em sua direção, mas desapontada voltou a baixá-la, era Johnny:
- Não desperdice suas lágrimas por mim.- Tirou um baseado do bolso e ofereceu para a garota que aceitou, o que gerou uma risada seguida de um “Uau” por parte do garoto. - Tome, você parece estar com frio. - E estendeu-lhe o terno outrora roubado.
Lyla já não chorava mais. Estava um pouco desconfiada da bondade de Johnny e assim que vestiu a peça de roupa, devolveu o cigarro para o garoto que sorriu. Do mesmo modo que a irmã ela precisava descarregar a raiva em alguém, já tinha sentimentos problemáticos demais para se preocupar e olhando no fundo dos olhos do garoto disse:
- Como pode sorrir ainda? Você é surdo? Talvez cego? Não percebe o que está acontecendo. - Mas quanto mais fundo ela olhava nos olhos do garoto, menor era a raiva em sua voz, um pensamento veio em sua cabeça, sua intuição sabia que era verdadeiro, mas não poderia ser, simplismente não poderia.
-Já temos gente demais chorando por aqui, estamos todos na mesma merda, não devemos ficar uns contra os outros. Assim como vocês homenageiam a garota com lágrimas e belas palavras, eu prefiro um sorriso. Um assassinato já traz tristeza suficiente. - Contudo ele sabia que a morte da garota era o menor dos motivos pelos quais as maquiagens feitas numa manhã ainda bela se borravam.- Eu sou assim, e fodam-se os outros.
Mas antes que Lyla pudesse processar tanta informação, a voz de Sneer sobressaiu à dos demais:
-Precisamos fazer algo. - Não era uma sugestão, era uma ordem.


Música: Alone - Suicidal Tendencies

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