Foi a voz de Johnny que o sucedeu:
-Silêncio, o presidente vai falar. - E desatou a rir. Sneer virou-se para ele e seus olhos se cruzaram com os de Lyla, era o oxigênio que faltava para aquela combustão tornar-se completa:
-Você daveria falar mais, tudo que sai de sua boca é tão edificante! - No entanto Johnny não estava dando a mínima importância para o que ele falava. - Agora temos atitudes a tomar, creio que não há mais dúvidas de que isso tudo é real, não parece haver obstáculos que impeçam o St. Jimmy de nos dar uma pouco ortodoxa educação. - Ele não tinha pensado em nada daquilo, sua cabeça estava em outro lugar, mas as palavras continuavam a sair de sua boca. - Não podemos ficar parados lamentando tudo isso. O assassinato dessa garota não pode e não irá nos separar, temos que confiar uns nos outros, por mais difícil que possa ser. Somos tão fracos separados quanto fortes unidos. - estranhamente seus olhos foram parar em Johnny que sorria. - Acho que podemos começar dando um enterro digno à essa heroína que morreu por nosso futuro, mas antes gostaria que um representante de cada pelotão relatasse os resultados de sua operação. Não iremos ficar parados no momento em que mais precisamos trabalhar.
Os ouvidos de Sneer captaram aplausos singulares. Era Johnny, o garoto estava de pé e aclamava vigorosamente. Sem saber se isso era uma ironia ou não, ele apenas agradeceu, uma resposta adequada para qualquer uma das ocasiões, e continuou:
Fui um dos responsáveis por vasculhar o segundo e terceiro andares e ambos estão vazios. Nas classes não há carteira nem mesas ou cadeiras. Todas estão extremamente limpas, nem a poeira ficou para contar a história.
Ele sentou-se e foi seguido por um garoto negro, alto e forte com um sorriso que tentava mostrar simpatia. O rapaz relatou como era o quarto andar: composto por um laboratório muito bem equipado e aparetemente pronto para qualquer necessidade. Grandes janelas e azulejos brilhantes revestiam o local.
Foi sucedido por uma garota com braços e canelas largas e cara de má que descreveu o quinto andar como um grande salão de jogos na ala sul, com confortaveis poltronas, uma lareira elétrica, mesas de bilhar, baralhos diversos e todos os acessórios que um jogador poderia sonhar. Na ala norte se encontravam salas de estudo povoadas com escrivaninhas, papéis em branco e sofás de couro. O chão era de bambu e as janelas se repetiam, como em todo edifício.
Ela sentou-se e outra garota deu sequência com a descrição do sexto andar que coincidia com a do sétimo e último. Lá haviam dois dormitórios, camas arrumadas suficientes para todos, com as malas posicionadas ao lado das respectivas. Havia também um grande banheiro pronto para ser usado, com estoques de toalhas, sabonetes, shampoos, cremes, pastas e escovas de dentee e até acessórios de barbearia.
O grupo seguinte havia estado na lavanderia que se encontrava tão pronta para uso quanto os banheiros. No pomar haviam variados tipos de agricultura e o bosque era um agradável local para um passeio. O refeitório tinha espaço para todos se alimentarem simultaneamente, além de uma cozinha repleta de massas, grãos, carne, e outros suprimentos, porém o que mais chamava atenção era uma televisão de incontáveis polegadas que insistia em se manter desligada, assim como algumas câmeras espalhadas por toda a propriedade. O último fato pareceu intrigar não só o grupo que os relatara, mas aos que ouviam também. Havia uma ansiedade no ar que se referia ao momento em que os aparelhos seriam colocados para funcionar.
A última a falar foi Linda. Todos já haviam ouvido da garota o que acontecera, mas mesmo assim esse era o relato mais esperado:
-Durante o tempo que procuramos na biblioteca não encontramos nada além de livros velhos, sol massante, poeira e um cadáver. - Disse isso tudo impacientemente e voltou a sentar-se. Sneer retomou a palavra:
- Como nosso limpo e cheiroso amigo continua dormindo, creio que devemos prosseguir. Aparentemente não há mais ninguém na propriedade além de nós. - Todos já tinham chegado a essa conclusão, o assassino estava no meio deles. - Visto que o St. Jimmy aparentemente não quer nos matar de fome, creio que podemos começar a festa não é Johnny? - Mas as ironias de Sneer produziam bocejos e não risos, precebendo isso ele voltou ao tom sério – Temos um enterro a organizar, precisamos que algumas pessoas da Inteligência façam a cova aqui no campo mesmo, o Estado poderia nos providenciar a comida e uma fogueira. - O colorido garoto ficou mais tranquilo ao ver que não haviam discordancias em relação às suas decisoões.
Somente Johnny se levantou, as outras pessoas temiam a solidão na mesma intensidade que a compania:
-Alguém me leve até uma enxada, não vou matar mais ninguém hoje, prometo. - O comentário gerou indignação em quase todos, a exceção foi Linda que ordenou ao garoto:
-Me siga.Música: 99 Red Baloons - GoldfingerMarcadores: Johnny, Linda, Sneer, St. Jimmy
1 Comentários:
HAHAHA ta muito bom, "-Alguém me leve até uma enxada, não vou matar mais ninguém hoje, prometo." (atoooron perigon do inxadoon/ignora)
Por Unknown, Às 1 de maio de 2009 às 20:03
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