Lyla seguiu para a cozinha atrás de comida. Agia mecânicamente, seus pensamentos estavam cada vez mais confusos. Primeiro Sneer aparecia ali no St. Jimmy, depois Johnny mostrava que não era um idiota completo e em seguida Linda ia atrás dele, no fundo sentia raiva da irmã por isso. A loira ainda usava o terno dado pelo inquieto garoto e ao fuçar um dos bolsos achou um papel e uma caneta, na hora não entendeu bem o significado daquilo e voltou ao preparo dos sanduíches.
Quando voltou ao campo, a fogueira já aquecia e iluminava todo o lugar, a cova já havia sido cavada, só faltavam mesmo os pouco cobiçados lanches. Por maior que fosse o cansaço, ninguém ali parecia estar com fome.
O enterro parecia uma tarefa a ser cumprida o mais rápido possível, todos ali desejavam o conforto e a solidão de suas camas, havia muito a pensar. A garota foi enterrada sem palavras gentis nem pomposas homenagens, ninguém ali a conhecia e nem iria fazê-lo.
Terminada a breve cerimônia, as isoladas, caladas, solitárias e imundas pessoas que ali estavam foram se encaminhando pouco a pouco para os dormitórios, rumo a uma noite mal dormida. No campo restaram só 5: Johnny, Lyla, Linda, Sneer e o inconsciente e fedido Meyer, os 4 primeiros estavam sentados em torno da fogueira que chegava ao fim e gerava cada vez menos calor para aquelas geladas almas. Por muito tempo ficaram calados ,cada um ali esperva ter a chance de ficar a sós com outro, mas nenhum, por teimosia ou persistencia, abandonou a fogueira. Lyla repousava a cabeça no ombro da irmã, os outros dois já não faziam o mesmo e após lentos minutos ouvindo apenas o som distante de um grilo cantar a morte numa distante árvore em luto, Johnny que não conseguia aquietar-se disse:
-Vamos acordar esse idiota. - Houve novamente silêncio, entendendo isso como um sim o garoto levantou se e disparou um poderoso chute na boca do estômago do fétido adormecido que acordou rapidamente. Sneer comentou:
-Que pena, eu já estava excitado com a possibilidade de dar-lhe um beijo.
Abrindo lentamente os olhos, Meyer perguntou tão assustado quanto confuso:
-Que houve? O pesadelo acabou vovó?
-Vovó o caralho, meu nome agora é Johnny Fun! - disse o menino e logo após soltou uma gargalhada gostosa.
-Somos nós que queremos saber o que aconteceu- Sneer interviu.
-Aconteceu? Onde? Quando? - O pálido rosto de Meyer exibia ainda mais dúvidas, se é que isso era possível.
-Na biblioteca, hoje a tarde, uma garota foi assassinada com uma facada no estômago, você é o único que pode ter visto algo. Conte-nos. - A didática transparecia na voz de Lyla.
- Pensei que era apenas um pesadelo, não me recordo direito, não houve som algum, quando me virei para pegar um livro eu a vi caída, agonizando pela vida. – Sneer soltou um suspiro, obviamente não pensara que Meyer soubesse o significado de agonizar – Foi tudo muito rápido, só pude ver um vulto negro fugindo pela janela, tentei fazer alguma coisa mas minhas pernas se recusavam a mover-se. O resto vocês sabem melhor que eu.
-Então não foi nenhum de nós? - A voz de Lyla parecia quase alegre.
-E..eu não posso ter certeza, foi tudo muito rápido, apenas um vulto – fazendo o rosto da garota murchar novamente.
-Não saímos do lugar não é mesmo? - comentou Linda
- Sim, ainda estamos todos em volta da fogueira. - A piada de Sneer não provocou risadas,
-Não me inclua nessa! Para mim o assassino é tão claro quanto que o indiano é uma bicha. - Johnny estava com os olhos fixos em Meyer, os outros 4 tinham os seus fixos nele. - Pensem um pouco, só temos a palavra dele – e apontou para Meyer – e eu não confio! - Seu rosto estava muito vermelho, as veias saltavam de seus braços.
-Você acha que esse idiota matou a garota? - Sneer, Lyla e Linda estavam indignados.
-É! Você acha que eu matei a garota? - a voz esganiçada de Meyer era fraca.
-Vocês entenderam meu ponto de vista. - Porém ninguém estava convencido.
-Por que não você? - Sneer estava articulando a ideia – você foi o único que se reusou a fazer qualquer coisa, disse que tinha seus negócios a resolver, que negócios são esses?
-Fui plantar minha erva. Não vou ficar 200 dias sóbrio, você usa seus métodos e falsos discursos para seus malditos objetivos, eu uso os meus.
-Temos somente sua palavra – e após uma pausa melodramática concluiu- e eu não confio.
Os dois garotos se encaravam ferozmente, a briga estava iminente, mas não seria um duelo de socos e pontapés, não, uma grande guerra estava por começar, entre duas mentes inquietas e um psicopata maluco. Tudo junto ao mesmo tempo.
-Já basta para mim! - Sneer iria explodir a qualquer instante – vou dormir, alguém vem? - Até ele tinha medo de andar sozinho.
Neville foi o primeiro a se levantar. Após uma significativa troca de olhares, Linda levantou decepcionada e seguiu os outros dois gaortos. O vulto de Meyer foi o último a desaparecer.Música: Hate to Say I Told You So - The HivesMarcadores: Johnny, Linda, Lyla, Meyer, Sneer
2 Comentários:
Está demaaais! Quero saber o restoo =P hahaha, parabéns Tho
Por Cah, Às 5 de maio de 2009 às 17:35
meu nome é Zé Pequeno! aiai, o Johnny Fun me lembrou ele. hahah
precisa dizer que está ótima? é, está! Meyer é um idiota, coitado; e Johnny foi mesmo plantar a erva?? hum, tenho minhas duvidas, ele é o que mais surpreende afinal. ;)
Por Anônimo, Às 6 de maio de 2009 às 12:53
Postar um comentário